segunda-feira, 11 de julho de 2011

Livro | O Clube do Filme

Por: Nicholas Moreira

Há alguns anos o crítico de cinema canadense David Gilmour (não confundir com o David Gilmour do Pink Floyd) amargava uma fase de desemprego regada a autopiedade enquanto tentava acompanhar o desenvolvimento emocional e psicológico de seu filho Jesse, de apenas 16 anos, que, como todo bom adolescente, só conseguia ser bom em duas coisas: vadiar o dia inteiro e fumar. Como se não bastasse a encrenca morando no porão de casa, David teve uma idéia que apenas um presidente da república apedeuta ou um bebedor de absinto  esquerdista se permitiriam levar a cabo: permitiu ao próprio filho substituir a escola por três sessões semanais de cinema em casa, e esta seria a única educação formal que ele receberia.

Entre irritantes e exacerbadas demonstrações de afeto e discussões juvenis pueris pontuadas por garrafas de cerveja, este drama familiar real é contado em detalhes no livro O Clube do Filme, uma obra simpática, envolvente e bem escrita, que agrada o leitor logo nas primeiras páginas e que se pode devorar em duas ou três viagens de avião. Porém, é para os cinéfilos e admiradores da sétima arte que o livro ganha um sabor especial, pois o texto de David é pontuado por curiosidades e referências cruzadas interessantíssimas sobre atores, roteiristas, escritores e filmes de gêneros e matizes artísticas variadas: de Tchekov a Ernest Hemingway, de Willie Friedkin a Steven Spielberg e de obras clássicas da nouvelle vague francesa como Os Incompreendidos até trastes cinematográficos desprovidos de bom senso como Showgirls.

E por último, mas não menos importante: quando eu comprei o livro, ele estava a 9 reais na Saraiva. Vale a pena dar uma chance a O Clube do Filme. Nem a eterna condescendência de David para com Jesse consegue retirar o brilho destes simpáticos e autênticos momentos de convivência entre pai e filho.

PS.: David Gilmour é doido. Mantenham seus filhos na escola. 

Cotação: 3 latinhas de cerveja e um DVD de Amores Expressos.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Livro | As Crônicas Saxônicas

Por: Nicholas Moreira

Aye!

Hoje vamos falar sobre a série de livros As Crônicas Saxônicas, escrita pelo inglês Bernard Cornwell, o George Lucas da ficção-histórica dos nossos tempos.


A história de Crônicas se passa durante as invasões vikings à Grâ-Bretanha no século IX, e narra as aventuras de Uhtred (ou Utred, Ootred, Ultred...) de Bebbanburg, antiga fortaleza da Nortúmbria. Guerreiro fenomenal, estrategista brilhante e herói relutante, Uhtred segue à frente dos Saxões, empunhando uma espada sangrenta na mão direita e um amuleto enferrujado a Thor na outra, batendo de frente com o estabilishment cristão da época, e eternamente dividido entre a lealdade forçada à Inglaterra de Alfredo, rei de Wessex, e a admiração aos invasores dinamarqueses e seus ídolos pagãos, que ele venera e respeita.

No primeiro livro (O Último Reino, de 2004), o jovem e aristocrático Uhtred é capturado pelos dinamarqueses, escravizado e, entre um e outro cascudo, acaba sendo educado no viking way. É nesse meio que o nosso jovem e destemido herói desenvolve sua habilidade com a espada e o orgulho guerreiro que o tornarão famoso e temido em toda a Inglaterra (ok, não existe Inglaterra ainda; mas espere só!). No segundo livro (O Cavaleiro da Morte, de 2005) Uhtred está envolvido até o pescoço na resistência aos invasores vikings, e no terceiro (Os Senhores do Norte, de 2006) nosso herói volta para o norte gelado em busca de recuperar seu título de nobreza, tomar sua terra natal e esmagar alguns crânios pelo caminho.

A série conta atualmente com cinco livros, sendo que o sexto volume está quase concluído. Cornwell diz que não sabe exatamente quantos volumes ainda serão necessários para que as aventuras de Uhtred cheguem ao fim, mas arrisca: "Mais de quatro e menos que doze", diz o matreiro escritor.

Crônicas empolga desde o primeiro capítulo, perdendo um pouco o fôlego apenas a partir do quarto volume. Não existem as firulas e sutilezas que se esperaria de um verdadeiro épico medieval, porém descrições apuradas e bem-pesquisadas da geografia inglesa permeiam todo o texto, colorindo com a rapidez de um desenhista de bordel as paisagens frias e lamacentas da Saxônia de 1000 anos atrás, e atribuindo uma humanidade desconcertante aos personagens mais importantes dos reinos de Alfredo, o Grande. As cenas de ação são violentas e tecnicamente exatas, ganhando tons impressionantes sob a pena sangrenta de Cornwell. Some a isto tramas emocionantes e bem romanceadas, personagens carismáticos e superficiais, e... voilá! eis que surge um verdadeiro clássico da literatura-pipoca, ambientado numa época em que o valor de um homem era medido pela força de seu braço ou pela sua capacidade de embromar vestindo uma batina.

Cotação: 3 espadadas na cabeça. Com louvor!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Filme | Nosso Lar

Olá, pessoal!

É com grande prazer que inicio minha passagem por este blog. Fui colunista do jornal o Globo durante a queda da Ditadura Militar, trabalhei na revista Veja durante a queda do Muro de Berlim e trabalhei com Guttemberg na cobertura da queda da Bastilha (brinks!). Enfim, me sinto em casa.


Por: Nicholas Moreira

Hoje, vamos falar do filme Nosso Lar, um dos maiores fenômenos cinematográficos já vistos em terras tupiniquins. Não apenas por ter sido assistido por millhões de pessoas, mas também por ser mostra inequívoca da força que vem demonstrando a sétima arte com fins metafísicos. Nada a ver com a nossa incapacidade como povo em trabalhar temas científicos, claro. 


O filme começa com André Luiz (narrador) acordando com a cara enfiada na lama do Umbral, se perguntando porque diabos estaria ali se havia sido um sujeito tão legal enquanto vivo. Nesse interim, o distinto ex-médico tem flashbacks de várias situações enquanto encarnado que tentam ajudar o espectador a compreender um pouco mais da natureza psicológica do personagem e dos tormentos que se desenrolam ali. Após muito tempo comendo o capim que o diabo amassou (literalmente), André dirige seus pensamentos a Deus, pede ajuda e é resgatado por uma equipe de socorristas que o transportam para a colônia espiritual de Nosso Lar. A partir daí o filme alterna várias descobertas metafísicas à lições morais acerca da Lei de Ação e Reação, à qual todos estão submetidos segundo os princípios esposados pelo Espiritismo.

Tecnicamente falando, o filme possui produção primorosa e direção de arte excelente, fatores raras vezes vistos em filmes nacionais com temática religiosa. Quase todos os cenários na cidade espiritual são compostos por cenas de CGI, a maioria muito bem trabalhadas e integradas de forma muito natural com os atores. O figurino, que facilmente poderia desandar e transformar os personagens em clichês ambulantes, foi muito bem pensado, e a riqueza dos cenários do início do século XX, apesar de poucos, constrastam muito fortemente com os cenários rudimentares e escuros de Bezerra de Menezes, outra produção espírita contemporânea, mostrando que não foram poupados recursos para transformar uma das obras primas de Francisco Cândido Xavier em película.

Porém, nem tudo são boas vibrações. Mesmo jogando no time da "linha branca" e bom conhecedor que me considero da obra que originou o filme, é impossível não perceber a dificuldade que os roteiristas tiveram para transportar a narrativa de Nosso Lar para as salas de cinema.

Com receio de fazer feio ou não corresponder com fidelidade aos princípios esposados pelo livro, a adaptação do texto foi precária, tomando tempo demais nas explanações morais e detalhando muito pouco dos aspectos pseudocientíficos que poderiam explanar melhor para o público leigo as situações a que estão submetidos os espíritos no plano astral. Também é de se notar a contrastante atuação de atores como Renato Prieto e Paulo Goulart com o restante da trupe, que pecou pela teatralidade de gestos e diálogos - um problema muito comum nos filmes nacionais, onde grande parte dos atores vem do palco. Se a intenção era transparecer uma realidade de além-túmulo, porque não agir com a normalidade que se esperaria de seres humanos mais acostumados à uma situação fora do lugar-comum?

A opinião particular deste colunista é a de que o filme poderia ter focado mais nos típicos atributos de um "filme pipoca" e sacrificado um pouco da filosofia espírita, com a finalidade de se produzir algo mais palatável às massas e mais fácil de agradar ao público internacional. Ou seja: não faria mal um pouco mais de ação, closes interessantes e uma leve variação da  musicalidade new-age que integra a obra. Ao contrário do que acreditam certos críticos, não vejo Nosso Lar como o típico filme de proselitismo, pois a impressão que tenho é que o mesmo foi feito de espíritas para espíritas, e para agradar espíritas, tendo assim pouca chance de satisfazer às pessoas menos acostumadas à literatura kardecista.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Filme e Livro | Sherlock Holmes

Por: Dimas


Sherlock Holmes volta às telas dos cinemas, na interpretação de Robert Downey Jr. e com direção de Guy Ritchie. Personagem criado por Conan Doyle, escritor britânico, tornou-se mais famoso que seu criador, a ponto deste decidir-se a matá-lo, encerrando suas histórias, mas sendo obrigado a ressuscitá-lo por exigências dos leitores da época.

Na passagem para o cinema, em suas diversas versões, sempre foi caracterizado como um personagem frio e dedutivo, que raramente empregava a força física para a solução dos casos.

No filme atual, os roteiristas e o diretor optaram por uma outra via, mostrando várias cenas onde o físico de Sherlock Holmes é tão importante quanto seu intelecto. Robert Downey Jr. empresta seu carisma e cinismo ao personagem, mostrando-o arrogante, enquanto Jude Law é um dr. Watson que não consegue deixar seu grande amigo de lado e está sempre se obrigando a participar e aceitar suas "loucuras", mesmo que isso atrapalhe seu relacionamento com sua noiva. E Holmes faz o possível para que realmente atrapalhe.

A trama do filme é relativamente fraca, mostra um vilão que tem um plano desnecessariamente complicado, mas podemos considerar esse filme um prólogo para os próximos que certamente virão, e onde o grande inimigo de Holmes deverá ter uma participação bem maior. Professor Moriarty é seu nome.

Outro ponto positivo no filme é a Londres mostrada, muito real.

Quem sabe agora os livros de Conan Doyle voltem a fazer sucesso:
1. O cão dos Baskervilles
2. O signo dos Quatro
3. Um estudo em vermelho
(entre outros)


domingo, 10 de janeiro de 2010

Filmes | Títulos em Português

Por: Dimas

     Falando sobre cinema com meu amigo Cassio, ele comentou sobre a discrepância entre os títulos originais e os títulos em português, dizendo que nem sempre são coerentes. Aproveitando o tema, listo abaixo alguns títulos que não são a tradução literal do original. Às vezes com coerência, mas nem sempre ...


1. Títulos em português que dizem o contrário do original:
O Amor Não Tira Férias - The Holiday (as férias)
O Anjo Malvado - The Good Son (o bom filho)
Coração Satânico - Angel Heart (coração angelical)


2. Títulos em português que tentam explicar o título original ou o próprio filme:
Antes Só do que Mal Acompanhado - Planes, Trains and Automobiles (o filme fala da tentativa de um pai de chegar em casa no dia de ação de graças, por isso os “aviões, trens e carros)
Um Diretor Contra Todos - The Principal (o diretor)
Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada - Dan in Real Life (Dan na vida real)
Eu, Minha Mulher e Minhas Cópias – Multiplicity (multiplicidade. Um homem sem tempo acaba criando várias cópias de si mesmo)
Por Favor, Matem Minha Mulher - Ruthless People (pessoas cruéis, insensíveis)
O Suspeito da Rua Arlington - Arlington Road (Rua Arlington)

3. Títulos em português onde os distribuidores não confiaram no título original por serem nomes de pessoas, situações ou lugares:
Ensina-me a Viver -
Harold and Maude (Harold é um rapaz jovem. Maude é uma senhora idosa)
Fenda no Tempo - The Langoliers (Langoliers são bichos comedores do tempo, é de uma história do Stephen King)
Heróis Fora de Órbita - Galaxy Quest (Galaxy Quest é uma série de TV, igual ao Jornada nas Estrelas)
Heróis Muito Loucos - Mystery Men (Mystery Men é um grupo de super-heróis)
O Homem que Burlou a Máfia - Charley Varrick (C. Varrick é o tal homem)
Louca Escapada - The Sugarland Express (essa eu não sei)
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa - Annie Hall (Anniel Hall é o nome da mulher que o personagem de Woody Allen ama. Certa vez li que ele odiou o título que os brasileiros deram ao seu filme e por isso não mais permitiu que alterassem qualquer título de filme dele sem o seu prévio consentimento)
Nunca Te Vi, Sempre Te Amei - 84 Charing Cross Road (esse é o endereço em Londres onde fica a livraria)
Quem Vê Cara Não Vê Coração - Uncle Buck (é o tio chato, mas de bom coração)
Uma Rajada de Balas - Bonnie and Clyde (precisa dizer quem são?)
Sob o Domínio do Mal - The Manchurian Candidate (Manchurian é uma organização)


4. Títulos completamente imbecis e sem sentido:
Brincou com Fogo... Acabou Fisgado! -
Continental Divide (o que tem a ver brincar com fogo com acabar fisgado? Se pesca com fogo??)
Fé Demais não Cheira Bem - Leap of Faith (o tradutor estava com gracinha no dia, “fé demais” ou “fede mais”?)
Johnny Mnemonic, o Cyborg do Futuro - Johnny Mnemonic (quem assistiu ao filme sabe que não há cyborgs)
O Massacre da Serra Elétrica - The Texas Chainsaw Massacre (é uma moto serra e não serra elétrica. Já imaginaram o leatherface procurando uma tomada para ligar a serra quando está prestes a detonar mais uma vítima? E o pior é que não aproveitaram a refilmagem para corrigir a falha)
Pagando Bem, Que Mal Tem? - Zack and Miri Make a Porno (me parece que eles nem recebem para fazer o pornô, quanto mais receber uma boa grana)
O Tiro Que Não Saiu Pela Culatra – Parenthood (considero esse o pior de todos, afinal o normal é que todos os tiros não saiam pela culatra. A frase “o tiro saiu pela culatra” significa que a coisa deu errada, se o “tiro não saiu pela culatra” significa que deu certo. Então qual o sentido desse título???? E a tradução do titulo original é paternidade – ou maternidade)

Devem existir muitos outros títulos malucos por aí. Quem souber de algum que não está na lista, pode mandar.

A pesquisa foi realizada no site “www.adorocinema.com.br

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Filmes | Assistidos no cinema em 2009

Por: Dimas

Em 2009 assisti a 27 filmes no cinema, bem longe da minha meta inicial de ao menos um filme por semana. Não assisti a nenhum filme bomba, como “10.000 AC” e “Max Paine”, desperdícios de 2008. Vou fazer breves comentários de cada um.
Em janeiro, dois filmes, “Madagascar 2” e “A troca”. Um desenho, razoável, continuando a saga do leão Alex e seus companheiros. Houve pessoas que viram um “sair do armário” do querido Alex. Será? O filme dirigido por Eastwood nos trouxe uma Angelina Jolie “vestida para o Oscar”. Não deu sorte, mas sua interpretação de uma mãe obcecada pelo desaparecimento do filho é realmente comovente.
Fevereiro, mês do Carnaval, diversas idas ao cinema. “foi apenas um sonho”, o reencontro do casal do Titanic, em uma história densa, com uma magistral interpretação de Kate Winslet, que levou o Oscar por outro filme. “O curioso caso de Benjamin Button”, para aqueles que acham que Brad Pitt é apenas um rosto bonito no cinema mudarem de idéia. Após ver o filme, meu palpite é que seria o grande ganhador do Oscar, mas isso não aconteceu e após ver um outro candidato, também mudei de idéia. “Operação Walquíria”, Tom Cruise de tapa-olho e nazista? Tá certo que ele já fez um vilão no cinema, mas fazer um nazista? Só ser for um nazista simpático e que planeja matar o Hitler. Passatempo. "Coraline – 3D", li o livro, adoro Neil Gaiman. Bela transposição e com o acréscimo de um personagem inexistente na obra escrita, mas que adiciona muito ao desenho. Técnica de stop motion perfeita. Meu primeiro 3 D. “Do outro lado”, esse filme eu assisti na sessão das três da tarde no cinemark, teoricamente um horário destinado a filmes de arte ou cults. Gostei, fala de duas amigas, uma imigrante ilegal e ativista política. “Appaloosa” foi o último do mês. Um faroeste recente, porém tradicional.
Março e Abril com apenas um filme cada um. “Quem quer ser um milionário?”. Realmente merecedor do Oscar de melhor filme. Há quem critique a ordem cronológica das perguntas, mas me parece mais uma decisão do roteirista e diretor, que não tira o mérito do filme. E praticamente todo mundo comenta a cena da galinha, que traz à mente o filme brasileiro “Cidade de Deus”. “Presságio”, filme apocalíptico com Nicholas Cage, vale pelos efeitos especiais. O fim do mundo, mesmo.
Em maio finalmente o filme que eu tanto aguardava, “Star Trek”! E valeu a pena! Para quem conhece e ama a série clássica, um retorno maravilhoso. Para quem não conhece (existe?) um início espetacular. Bem vindos novamente, Capitão Kirk, sr. Spock e toda a Enterprise! Em seguida, “Che”, a primeira parte da vida do homem que ajudou Fidel a conquistar Cuba. Cansativo.
Em junho, tivemos uma sessão exclusiva no cinema, somente a Adriana e eu na sala, assistindo “Anjos e Demônios”. Ainda não li nenhum dos livros de Dan Brown e pelo que vi nos filmes.... Depois, “Exterminador do Futuro – a salvação”, boa ficção.
Em julho, mês de férias, quatro filmes! Em “Jean Charles”, Selton Melo encarna o brasileiro assassinado pela polícia londrina. Um bom filme para quem deseja conhecer um pouco do dia a dia dos Brasileiros que vivem como ilegais em Londres. “A era do gelo 3 – 3 D”, finalmente nosso esquilinho encontra uma namorada! O terceiro desenho mantém o padrão dos dois anteriores, mérito do brasileiro Carlos Saldanha. “Harry Potter e o enigma do príncipe”, o mais chato até agora da saga do bruxinho inglês, mas talvez a impressão mude quando assistir os dois últimos. “Inimigos Públicos”, Johnny Depp como Dilinger, uma reconstituição de época perfeita.
Agosto, somente um: “Arraste-me para o Inferno”, Sam Raimi de volta às origens, um filme de terror realmente assustador e com um final sem concessões.
Setembro, “Se beber não case!”. Não tinha intenções de assistir, mas diversas pessoas dizendo que era uma comédia muito boa, me fez arriscar. E valeu a pena. Uma comédia inteligente, nada do besteirol que encheu o cinema nos últimos anos. E com uma participação especial do Mike Tyson! “Up – Altas Aventuras – 3 D”, mais um desenho, que fala a crianças e adultos, com um prólogo comovente, que nos faz amar o velho ranzinza.
Outubro, “Che 2”, continuação e conclusão da vida de Ernesto Guevara, contando sua vida na Bolívia. Idealista, sonhador? “Bastardos Inglórios”, para mim o melhor filme do ano, não é um filme de guerra e sim um filme sobre o cinema. E não entendo tanta crítica com a mudança dos fatos históricos cometido pelo Quentin Tarantino. Se querem o real, que busquem um documentário e não uma ficção! Meu candidato ao Globo de Ouro e ao Oscar. “Distrito 9”, um filme onde finalmente os aliens não pousam nos EUA e nem na Europa. Uma analogia crua dos nossos preconceitos.
Em novembro, apenas um, “2012”, uma bobagem gigantesca, como os tsunamis do filme, mas a visão do mundo sendo destruído vale o ingresso pago.
Para terminar o ano, “A princesa e o sapo”, já comentado aqui e “Avatar”, o primeiro filme em 3 D com atores reais que assisto. O retorno de James Cameron. Um divisor de águas na tecnologia 3 D. Um filme com temática atual e que os ecologistas devem amar.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Filmes | A Princesa e o Sapo

Por: Dimas


Hoje é Natal! Mas não falarei sobre nada relacionado ao "clima natalino". Vou falar sobre o último desenho da Disney, "A Princesa e o Sapo". Fomos assistir no último sábado, Adriana, Brenda e eu. A Brenda tem 10 anos, idade ideal para esse tipo de desenho. Matinê no cinemark Goiânia. Pouca gente na sala. Notei que a maioria das crianças eram meninas. Talvez houvesse algum garotinho acompanhado pelo pai ou pela mãe, mas não cheguei a observar. Pareceu-me que na idéia dos pais, esse desenho era somente para meninas. Meninos não se interessariam ou não precisariam ver. Para eles os desenhos devem ser de "aventura" e não de "princesas em busca do seu principe encantado".

Mas vamos ao desenho. A campanha de divulgação e praticamente todas as matérias que li a respeito falam sobre a "primeira princesa negra da Disney". Certamente é. Pocahontas era "vermelha", não conta. Jasmine era árabe, também não conta. Mas Tianna não é uma princesa, ficando mais próxima da Cinderela, do que de outras "princesas".
O desenho é uma adaptação de um dos contos dos Irmãos Grimm, "O Princípe Sapo". Na história original o sapo (ou rã) não é beijado pela princesa.

Filha de uma costureira (ou estilista, se quisermos ser politicamente corretos") e de um pai que sonha em ser dono de um restaurante, Tianna tem um dom maravilhoso para a cozinha. Moram na região pobre de Nova Orleans e ela tem como amiga a filha de um grande magnata da cidade, brancos.
A história se passa na década de 20. Quando cresce, já sem o pai, Tiana trabalha como garçonete e guarda toda sua economia para a compra de um restaurante. Praticamente não se diverte. Continua amiga da garota ricaça, a qual vai receber a visita de um principe. Se você pensa que a amiga a convida para a festa, engana-se. Tiana vai para a festa sim, mas como fornecedora de seus maravilhosos quitutes, através dos quais sua amiga pretende conquistar o principe.

Nesse ínterim, o principe, chegando à cidade, envolve-se com cantores de Jazz (ele é um bon vivant) e acaba nas mãos de um feiticeiro vodu. Que o transforma em um sapo (ver comentários no final). Solução para ele? ser beijado por uma princesa. Ah sim, a festa na mansão é um baile a fantasia e Tiana está fantasiada de ... princesa! Assim o principe/sapo lhe pede um beijo, que ela lhe dá a muito contragosto. Mas ... como ela não é uma princesa de verdade, o feitiço se vira contra ela, que acaba virando uma sapa (ou sapo fêmea, para quem preferir). Sapa e não rã, como li em algumas matérias, pois sapos e rãs são completamente diferentes no mundo animal e não se cruzam!

E a partir daí se desenrola a história, contando as aventuras dos dois "sapos" em busca de uma outra feiticeira que quebre o feitiço lançado e os dois possam voltar ao normal. A principio, como em toda história holywoodiana, os dois não se bicam, mas a convivência fará com que os pontos fortes de cada um se sobressaiam e ambos irão se apaixonar.

Há os personagens secundários, um Jacaré que toca Jazz e quer fazer parte de uma Jazz Band e um vagalume que é apaixonado por uma estrela, pensando que ela é uma vagalume. Os dois vão ajudar nossos sapinhos em sua odisséia.

O final, como em todo desenho Disney, é um final feliz.
Sobre a cor da princesa, ela poderia ser branca, vermelha, amarela, que não faria diferença. Na maior parte do desenho ela é verde, pois está transformada em uma sapa.

Curiosidades sobre o desenho:
1. A voz original do principe é do brasileiro Bruno Campos, ator radicado nos EUA;
2. Tiana é uma personagem feminina forte, com opinião própria e que não se deixa levar apenas por seu sentimentos. Ela não espera que o principe resolva tudo para ela. Isso é uma evolução das princesas, desde a primeira, Branca de Neve.
3. Frog em inglês é "rã", ou seja, eles são transformados em rãs e não em sapos. Isso pode ser observado nas cenas dos caçadores, quando um deles fala que irá "comer uma perna de sapo". Não se come sapo, come-se rã (que é uma delícia). Ainda não consegui descobrir a razão das traduções dessa história infantil optarem por "Sapo". Se alguém souber, gentileza me informar.
4. Não há nenhuma música que seja memorável. São fracas, pelo menos na versão brasileira.

Mas vale a pena levar sua filha, sobrinha (e os meninos também). É um desenho que segue à risca a tradição Disney e certamente Tiana terá seu merecido lugar no Panteão das "Princesas da Disney".


terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Filmes | Indicados ao Globo de Ouro

Por: Dimas

Sairam as indicações ao Globo de Ouro. Abaixo segue a listagem parcial dos indicados em Cinema. Os indicados em Séries eu deixarei para o meu amigo/associado Cássio comentar.

CINEMA:

1. Melhor ator em drama:
  • Jeff Bridges, por A Crazy Heart
  • George Clooney, por Amor sem Escalas (*)
  • Colin Firth, por A Single Man
  • Morgan Freeman, por Invictus
  • Tobey Maguire, por Entre Irmãos
Não conheço nenhum desses filmes, arrisco meu palpite em G. Clooney, baseado no que li até agora sobre sua atuação.

2. Melhor atriz em drama:
  • Emily Blunt, por The Young Victoria
  • Sandra Bullock, por The Blind Side
  • Helen Mirren, por The Last Station
  • Carey Mulligan, por Educação
  • Gabire Sadibe, por Preciosa (*)
Também não conheço nenhum desses filmes, arrisco meu palpite em Gabire Sadibe, baseado no que li até agora sobre sua atuação e sobre o filme. Nunca considerei Sandra Bullock merecedora de alguma premiação.

3. Melhor ator em comédia ou musical:
  • Matt Damon, por O Desinformante!
  • Daniel Day Lewis, por Nine (*)
  • Robert Downey Jr., por Sherlock Holmes
  • Joseph Gordon Levitt, por 500 dias com ela
  • Michael Stuhlbar, por A Serious Man
Acho que a distribuição de filmes no Brasil está defasada em relação às premiações no exterior (ou então eles esperam que o filme venha a ganhar algum prêmio antes de lançarem). Tirando o "500 dias" e o "Desinformante", os demais ainda não estrearam. Matt Damon, Daniel Day Lewis e Robert Downey Jr. são meus favoritos. Fico com Daniel Day Lewis, um ator completo, misto de Roberto De Niro e Marlon Brando.
Outra coisa que não entendo é a razão de misturarem dois generos tão distintos, comédia e musical. Mas regra é regra...

4. Melhor atriz em comédia ou musical:
  • Sandra Bullock, por A Proposta
  • Marion Cotillard, por Nine
  • Julia Roberts, por Duplicidade
  • Meryl Streep, por Simplesmente Complicado
  • Meryl Streep, por Julie e Julia (*)
Será o Benedito que a Sandra Bullock está se tornando uma atriz de verdade? Indicada em duas categorias? E será que Meryl Streep será derrotada pela Meryl Streep? Uma indicação não era suficiente para ela. Uma das maiores atrizes da história do cinema. Meu palpite vai para sua performance em Julie e Julia, só pelo sotaque dela (esse filme tem que ser visto no original, sem dublagem).

5. Melhor filme dramático:
  • Avatar
  • Guerra ao Terror
  • Bastardos Inglórios (*)
  • Preciosa
  • Amor sem Escalas
Dizem que Avatar é o novo divisor de águas do cinema. Assim como o som e a cor mudaram o nosso jeito de ouvir e ver cinema, a tecnologia 3D desenvolvida para esse filme irá mudar nosso jeito de "sentir" o cinema. Preciosa é uma "preciosidade" do cinema independente, ótima história, ótimos atores, ótima direção. Bastardos Inglórios não é uma história sobre a Segunda Guerra, é uma história sobre cinema, de amor ao cinema e a tudo que ele representa. É preciso assistir mais de uma vez, para captar todas as suas nuances. Meu palpite, sem sombras de dúvidas.

5. Melhor filme comédia ou musical:
  • 500 Dias Com Ela
  • Se Beber não Case (*)
  • Simplesmente Complicado
  • Julie e Julia
  • Nine
O único musical na lista é "Nine". Assisti "Se beber não case" e gostei muito. Uma comédia que não é besteirol e que tem um roteiro inteligente. Arrisco nele, apesar da forte concorrência dos dois filmes da Meryl Streep. Ou quem sabe decidam pelo único musical da lista?

A cerimônia de entrega dos "Golden Globes" será no dia 17 de janeiro.





segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Séries | Maratona Lost - Parte 1

Por: Cássio Ribeiro






     Fiquei louco quando vi o poster final de LOST. Afinal, a última temporada começa agora em fevereiro. Daqui a dois meses! Comecei na semana passa uma maratona LOST, desde o início.

     Como é bom rever alguns personagens que se foram, como Charlei e a própria Claire que andou sumida. melhor ainda é saber que alguns irritantes já saíram como o intragável Michael e seu badeco Walt. Poxa, Jin e Swayer evoluíram como personagens, não?! Antes odiados, hoje são xodós dos fãs de Lost!

     Então vamos os fatos importantes que destaquei nesses 12 primeiros episódios. Lembrando que estou vendo novamente com olhos de quem já viu as cinco primeiras temporadas. Ser importante ou não é algo relativo nessa altura do campeonato.

1ª Temporada – Episódios 01 a 12

- Dia 27 de setembro de 2004 acontece a queda do Oceanic 815.
- Flashbacks com as histórias dos personagens.
- Locke consegue andar.
- O Monstro aparece na primeira noite com barulho e derrubando arvores.
- Locke mostra a Walt o jogo de Gamão, e explica que é um  jogo milenar, dois lados, um branco e outro preto, um é a Luz outro é a Escuridão.
- Sawyer atira em um urso polar.
- Sayid descobre que tem uma transmissão de socorro repetindo por 16 anos.
- Locke fica frente a frente com o Monstro.
- Primeira aparição de alguém quem está morto. Jack vê o seu Pai andando pela ilha.
- Jack encontra dois corpos nas cavernas. Adão e Eva. Junto um saco com uma pedra preta e outra branca.
- Locke diz a Charlei que tenha fé na ilha, pois ela é especial.
- Sayid conserta o transmissor e tenta triangular o sinal do pedido de socorro, mas é atacado por Locke.
- Após ter torturado Sawyer e deixar o grupo, Sayid encontra o cabo da Estação de Comunicação. É capturado por Danielle Rousseau, que diz que existem Outros na ilha. Ao fugir ele ouvi os Sussurros na floresta (coisa que até hoje não foi explicada).
- Claire sonha com Locke que diz que seu filho deve ser criado por ela mesmo. Ele tem um olho Branco e outro Preto.
- Hurley faz o censo na ilha e descobre que Ethan não estava no avião.
- Claire é seqüestrada por Ethan, que deixa Charlei quase morto.
- Locke e Boonie encontram a Escotilha.





     Isso do branco e preto é inegavelmente uma referência ao Season Finale da 5ª Temporada, quando finalmente conhecemos Jacob e seu Rival. Muito antigos na ilha, um estava de branco e outro de preto. As implicações disso deixarei para outro post. Mas é sempre bom ressaltar como LOST é bem escrito, e foi muito bem planejado desde o início. Algo importante como isso já foi iniciado cinco temporadas antes.



sábado, 28 de novembro de 2009

Filme | 2012

Por: Dimas


     Hoje à tarde, fui assistir ao filme "2012", e sabe de uma coisa? Gostei. É um perfeito "filme pipoca", daqueles para assistir sem pensar muito. Pura diversão. A história tudo mundo já conhece, então não vou entrar nessa seara. Só vou comentar alguns momentos que me chamaram a atenção:

1) O casal está discutindo a relação no supermercado e o marido diz à mulher "tem alguma coisa nos separando" (ou algo parecido) e o que acontece? uma rachadura se abre no chão e ... separa os dois! Em outra cena, no Vaticano, o teto está ruindo e aparecem rachaduras, uma delas vai percorrendo e se aproxima da imagem de Deus e do Homem (aquela famosa em que o dedo do homem se aproxima do dedo de Deus), e o que acontece? A rachadura se abre exatamente entre os dois dedos, metáfora clara da separação de Deus e do homem. A Adriana me chamou a atenção da cena do Cristo Redentor, que não aparece ao vivo e sim através da TV: primeiro caem os braços do Cristo, como se ele tivesse "desistido" de abraçar o Rio.

2) E por que não convidaram o Papa para ser um dos refugiados em uma das arcas?

3) Há algumas "mensagens": não pode haver relacionamento interracial, o cientista-geólogo estadunidense que descobre o evento é negro e fica com a filha do presidente ... que é negra (mas não é o primeiro presidente negro a governar os EUA em uma catástrofe, "Impacto Profundo" já tinha isso). E os protagonistas? São divorciados, para que haja o devido fator emocional na trama, mas como tem que ficar juntos, o que acontece com o pobre marido atual dela? Morre, pois tem que morrer para que o "herói" fique com a ex-mulher, mesmo sendo um cara boa pinta, cujos enteados e a mulher o amam.

    Mas somando o que tem de bom e subtraindo o que tem de ruim, o saldo é positivo, 2012 é bom. Um excelente filme pipoca. As cenas de destruição são excelentes. E para finalizar, Woody Harrelson, que participa do início do filme parece estar se divertindo muito, provavelmente pensando "nunca participei de uma bobagem tão grande como essa".

    Para um sábado à tarde, sem muitas pretensões, não me arrependo de ter pago a entrada para ver esse filme.